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AdolescĂȘncia e Escuta Ativa: um outro olhar possĂ­vel


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No cenårio atual, em que muitas vezes o adolescente é visto sob lentes de crítica ou desconfiança, propomos um outro olhar possível: aquele que reconhece o jovem como sujeito ativo, capaz de contribuir para a sua história e para a construção social.

A escuta ativa Ă© tĂŁo importante na relação com o jovem que inspirou o Papa Francisco a escrever a exortação apostĂłlica Christus Vivit, onde ele destaca a importĂąncia de escutar verdadeiramente o jovem, reconhecendo sua voz, suas crĂ­ticas e sua busca por sentido. É com esse propĂłsito que o Papa afirma:

"Muitos jovens sabem ser críticos em relação aos erros da Igreja e não hesitam em apontå-los, mas querem uma Igreja que saiba escutar, que reconheça humildemente os seus erros e que saiba dar espaço para que os jovens sejam protagonistas."(Christus Vivit, n. 41)

Essa escuta ativa e respeitosa não apenas fortalece a relação entre geraçÔes, mas também permite que o adolescente ocupe seu lugar como agente de transformação e crescimento, superando estereótipos e construindo novos sentidos para seu percurso de amadurecimento.

 

Escutar para compreender: a formação da identidade

Ao refletirmos sobre a formação da identidade na adolescĂȘncia — marcada pela busca de referĂȘncias, pela criação de linguagens prĂłprias e pela formação de grupos — percebemos que a escuta ativa se revela como instrumento essencial.

Pais e educadores são convidados a compreender essas manifestaçÔes não como ameaças ou "problemas", mas como expressÔes legítimas da construção de si. Nesse sentido:

"A escuta ativa permite que o adulto reconheça, nas linguagens prĂłprias dos adolescentes, a potĂȘncia criadora da formação identitĂĄria, sem apressar julgamentos ou impor modelos prontos."

Escutar, aqui, é reconhecer que o adolescente é portador de um projeto em construção, que precisa ser acolhido e compreendido para que se desenvolva de maneira saudåvel.

 


A escuta como fundamento do amadurecimento saudĂĄvel

Ao final, retomamos a importùncia da escuta como pråtica constante para favorecer o crescimento dos adolescentes. Escutå-los verdadeiramente é dar espaço para que assumam suas responsabilidades de forma madura e consciente, acolhendo seus desafios como parte essencial do processo de amadurecimento.

Como nos inspira o Papa Francisco:

"A própria escuta dos jovens levou a Igreja a perceber a necessidade de uma mudança de mentalidade, particularmente no que diz respeito aos jovens."(Christus Vivit, n. 7)

Assim:

"Quando escutamos ativamente o adolescente, permitimos que ele prĂłprio encontre caminhos para sua responsabilidade e autonomia. Escutar Ă©, portanto, acreditar no futuro que ele representa."

A adolescĂȘncia, frequentemente estigmatizada como um perĂ­odo de conflitos e crises, pode ser compreendida sob uma perspectiva mais rica e promissora: a de um tempo de construção, de busca e de criação de novos sentidos para a existĂȘncia.

Nesse percurso, a escuta ativa se torna um instrumento fundamental, permitindo que o jovem se reconheça protagonista de sua prĂłpria histĂłria, e oferecendo Ă  sociedade a possibilidade de se renovar a partir da potĂȘncia criadora da juventude.

Escutar, nesse contexto, é mais do que um gesto de acolhimento: é um compromisso com a transformação, com o presente e com o futuro que cada jovem carrega em si.


SugestÔes de Leitura


·  Aberastury, Arminda. A AdolescĂȘncia Normal. Porto Alegre: Artmed, 1989.

·  Delory-Momberger, Christine. A construção de si pela narrativa de si: a aposta autobiogråfica nas pråticas de formação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 2, p. 297-312, 2008.

·  FĂ©res-Carneiro, Terezinha. FamĂ­lias e AdolescĂȘncias: VĂ­nculos, Conflitos e Comunicação. SĂŁo Paulo: Casa do PsicĂłlogo, 2003.

·  Francisco, Papa. Christus Vivit – Exortação ApostĂłlica PĂłs-Sinodal aos jovens e a todo o povo de Deus. Vaticano, 2019.DisponĂ­vel em: https://www.vatican.va

·  UNESCO. Juventudes e PolĂ­ticas PĂșblicas: um panorama das juventudes no Brasil. BrasĂ­lia: UNESCO, 2013.

·  Vygotsky, Lev S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

 

 
 
 

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